quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Chego mais perto dele. Passo por uma mesa antiga com tampo de mármore coberta de livros, uma pilha impressionante de primeiras edições autografadas que facilmente chegariam a centenas de milhares de dólares em um leilão.
- A verdadeira Árvore da Vida! - Ele alterna o olhar entre mim, a flor e o antídoto que segurava, balançando lentamente a cabeça ao dizer: - É incrível não apenas você tê-la encontrado, como também ter trazido frutos suficientes para todos aqueles iguais a nós. Enquanto eu não sou capaz nem de provar. Estou impressionado e surpreso por você ter conseguido tal façanha.
 Apesar da ternura em seus olhos, tudo o que ouço é: Eu não sou capaz nem de provar.
 As palavras ecoam de tal forma que me roubam o ar e fazem meus joelhos quase dobrarem.
 Olhamos um para o outro, e o silêncio vai se formando, aumentando entre nós. Se eu pudesse, faria o momento esticar, crescer e durar para sempre, mas sei que deve ter um fim. Tudo deve terminar. Também sei o que precisa ser dito e que deve partir de mim.
- Então acho que é isso. - Tento não demonstrar o quanto estou arrasada, mas não consigo.
 Ele olha para mim com uma expressão que vale por todas as palavras que poderia dizer, então suspiro profundamente, envolvo a flor com os dedos e começo a sair do quarto, a sair de sua vida.
 Chegamos à encruzilhada.
 Ao ponto crítico.
 Não há volta.
 A partir de agora, seguiremos em direções diferentes.
 Noto a quase sensação de sua mão em meu braço quando ele me puxa para perto e diz:
- Sim.
 Olho para ele, sem saber a que esse sim se refere.
- As perguntas que fez antes, sobre querer sossegar, formar uma família, ver minha família. Sim. Sim para todas elas.
 Tento engolir, mas não consigo. Tento falar, mas as palavras não saem.
 Suas mãos me envolvem, puxando-me para perto. Ele larga o frasco, deixa-o cair, quebrar no chão. O líquido verde e brilhante escorre por todo lado enquanto ele diz:
- Mas, principalmente, sim para você.

                                     Alyson Noël
                         "Infinito - Os imortais.", páginas 228 e 229.

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