quinta-feira, 15 de setembro de 2011

- Já passou da meia-noite - avisou meu pai quando caminhei, na ponta dos pés, pela sala de TV, onde ele assistia ao canal de esportes.
- Pai, tenho dezesseis anos. E hoje é sábado.
- Mas esta é ... - começou, numa voz severa.
- Eu sei, sua casa. E eu sou sua filha, e até eu ser independente, vou viver sob as suas regras.
- Pelo menos presta atenção no que eu falo.
- Você diz isso para mim desde que tenho dois anos.
- Você vem dando suas escapadinhas desde que começou a andar.
- Desculpe, não vai acontecer de novo. - disse.
 Peguei o refrigerante que estava na mesa de centro e entreguei a ele, acompanhado de um beijo de boa-noite.
- Estou contente por você ter gostado de ficar com tia Libby - disse. - Mas estou mais contente por ter voltado para casa.
- Eu também, pai. Eu também.
 Estava exausta. Me enfiei na cama sem ao menos tirar a roupa ensopada. Apaguei o abajur "Edward Mãos de Tesoura" no criado-mudo, e lambi os lábios. Ainda podia sentir os beijos de Alexander na minha boca. Abracei meu Mickey Malvado de pelúcia, desejando estar com Alexander nos braços. Virava de um lado para o outro na cama. Não via a hora que chegasse o pôr do sol do dia seguinte. 
                                    Ellen Schreiber
                       Beijo da Morte - Vampire Kisses.", páginas: 129 e 130.
"Chego mais perto dele. Passo por uma mesa antiga com tampo de mármore coberta de livros, uma pilha impressionante de primeiras edições autografadas que facilmente chegariam a centenas de milhares de dólares em um leilão.
- A verdadeira Árvore da Vida! - Ele alterna o olhar entre mim, a flor e o antídoto que segurava, balançando lentamente a cabeça ao dizer: - É incrível não apenas você tê-la encontrado, como também ter trazido frutos suficientes para todos aqueles iguais a nós. Enquanto eu não sou capaz nem de provar. Estou impressionado e surpreso por você ter conseguido tal façanha.
 Apesar da ternura em seus olhos, tudo o que ouço é: Eu não sou capaz nem de provar.
 As palavras ecoam de tal forma que me roubam o ar e fazem meus joelhos quase dobrarem.
 Olhamos um para o outro, e o silêncio vai se formando, aumentando entre nós. Se eu pudesse, faria o momento esticar, crescer e durar para sempre, mas sei que deve ter um fim. Tudo deve terminar. Também sei o que precisa ser dito e que deve partir de mim.
- Então acho que é isso. - Tento não demonstrar o quanto estou arrasada, mas não consigo.
 Ele olha para mim com uma expressão que vale por todas as palavras que poderia dizer, então suspiro profundamente, envolvo a flor com os dedos e começo a sair do quarto, a sair de sua vida.
 Chegamos à encruzilhada.
 Ao ponto crítico.
 Não há volta.
 A partir de agora, seguiremos em direções diferentes.
 Noto a quase sensação de sua mão em meu braço quando ele me puxa para perto e diz:
- Sim.
 Olho para ele, sem saber a que esse sim se refere.
- As perguntas que fez antes, sobre querer sossegar, formar uma família, ver minha família. Sim. Sim para todas elas.
 Tento engolir, mas não consigo. Tento falar, mas as palavras não saem.
 Suas mãos me envolvem, puxando-me para perto. Ele larga o frasco, deixa-o cair, quebrar no chão. O líquido verde e brilhante escorre por todo lado enquanto ele diz:
- Mas, principalmente, sim para você.

                                     Alyson Noël
                         "Infinito - Os imortais.", páginas 228 e 229.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar nos sonhos que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
- Mais Uma Vez, Legião Urbana.
E, mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
- Eduardo e Mônica, Legião Urbana.
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo.
- Tempo perdido, Legião Urbana.